O sucesso inopinado, é sem dúvida delicioso e aprazível, contudo pode galgar, nas cabeças mais frágeis, deturpando a realidade, corrompendo os princípios naturais e a lógica de uma boa decisão. E foi assim, que o União Futebol Clube desceu a terra, tão drasticamente, que corre o risco, de instaurar a dúvida, de seu real valor.
O jogo com o Tabuense começou da pior maneira para a turma do União FC, com um golo de livre, muito bem executado pelo atleta de Tábua. O União correu atrás do prejuízo, mas os jogadores mostravam pouco engenho, investindo na individualização dos lances, Tó Rooney, fora da posição habitual, era o exemplo claro, da excessiva condução de bola, contagiando a equipa, que nesta fase parecia um barco à deriva, sem rumo. Era com o leme desalinhado, salvo a excepção do lateral Ricco e do médio João, que o jogo caminhava para o intervalo. Foi mesmo, à beira do intervalo que o Tabuense voltou a marcar, canto directo ao primeiro poste, e Joca numa tentativa de interceptar a bola de cabeça, faz auto-golo. O golo teve um efeito devastador, como se uma enorme tempestade envolvesse o barquinho frágil, sem rumo e sem leme.
A segunda parte, começa na mesma toada, com o União desastrado e desventurado, à espera que uma força divina, iluminasse o caminho da baliza contrária, e por momentos a luz reluziu, dando a hipótese a Joca, num livre à entrada da área, todavia a bola bateu na trave, devolvendo ao União o caminho trágico da derrota. E foi perante a passividade, da equipa técnica, que o União sepultava o seu jogo, com passes errados e excessos de condução de bola, quando, previsivelmente, Tó Rooney, é expulso por acumulação de amarelos, deixando o União condenado ao infortúnio. Carlos Alves (treinador do União), usando a tecnologia celular, ordena da bancada a entrada de Hugo Gago, que foi mesmo a tempo de ver a sua equipa sofrer o terceiro golo. Pouco depois, Ed sofre uma pancada e fica lesionado, fora das quatro linhas, e foi perante a incapacidade de decisão do adjunto Filipe, ou pela lealdade desmedida, que o União atrasou a segunda substituição, jogando largos minutos com nove jogadores, permitindo novo golo à equipa da casa. Ed sai lesionado, e entra Serginho, que apesar de ter o jogo perdido, deu um toque distinto, dando a sensação que deveria ter entrado no jogo mais cedo e com outro resultado.
O quinto golo nasceu perto do fim, e foi com um União desanimado e destroçado, com a consciência que indemnizou bem caro todos os erros durante a partida, contudo os erros invisíveis, bem antes do jogo também foram determinantes, que devem ser reflectidos e corrigidos.